Domingo, 15 de Julho de 2007

Aliens: Book One

 

Excelso leitor, tive finalmente oportunidade de explorar um bocado do universo de Aliens. Para que esta crítica seja totalmente honesta, creio ser minha obrigação referir que vi a saga já há cerca de dois anos...

Os acontecimentos relatados neste livro supostamente aconteceriam após os eventos observados no filme Aliens. E digo supostamente, pois mais tarde saiu o terceiro filme que veio retirar a canonicidade a este livro (mais tarde a Dark Horse contornou este problema dando outro nome às personagens).

Começamos por encontrar Hicks e Newt, que conseguiram chegar bem à Terra, mas afectados pelo contacto com os xenomorfos; Hicks não esquece a sua equipa, e Newt não consegue parar de sonhar com os xenomorfos... e é a partir daí que se desenrola a história, baseando-se na possibilidade de utilizar os xenomorfos como armas biológicas. De notar que o destino da Ripley não é conhecido; ela é mencionada, mas nunca é explicado o que lhe aconteceu.

A história é surpreendentemente complexa, pelo menos para o que eu estava à espera. Mais, julgo que seria impossível fazer um filme com base nesta história, tal seria a sua duração.

A arte é a preto e branco, o que me surpreendeu também, mas no fim acaba por funcionar bastante bem. De referir também que nas edições mais recentes (as tais onde os nomes foram trocados) os desenhos foram coloridos. Um problema de ser a preto e branco é a confusão que gera a identificar personagens: parecem todas iguais...

Existem algumas cenas fortes, mas nada de mais (afinal de contas é um livro de Aliens...); comparativamente, creio que W3 tinha cenas mais fortes. Para mim, o mais assustador do livro foi o mundo em que a história se desenrola, tão desumano.´

Aconselho este livro aos fans da saga Alien, e julgo que também será uma leitura agradável para quem quiser ler uma banda desenhada com uma história relativamente complexa.

Elegantemente garatujado por One às 23:11
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Quarta-feira, 31 de Janeiro de 2007

Michael Crichton - Estado de Pânico

 

            Sendo Michael Crichton um dos meus escritores preferidos, não posso negar que parti para a leitura de este livro com grandes expectativas; provavelmente em virtude disto o livro revelou-se um tanto ou quanto desilusão.

 

            Primeiro, a história. Depois de maravilhas como os Parque Jurássicos, a Esfera, Congo e outros, uma história tão simples e linear parece pouco. O que lemos na contracapa do livro basta: um grupo de eco-terroristas organiza diversos atentados para fortalecerem a sua posição de defesa do fenómeno do aquecimento global, enquanto um grupo de heróis os tenta combater. Acredite leitor, a história resume-se realmente a isto. Mas desde já levanta uma intrigante questão: porquê é que o combate a esse grupo é realizado por um advogado & Co, e não por um grupo de militares treinado para isso? Talvez a explicação esteja no livro, mas se está então tenho que reconhecer que efectivamente me escapou.

 

            Depois, a componente científica, que sempre foi um ponto forte dos livros. Bem, não posso negar que não seja interessante (por exemplo, o facto de se os E.U.A. tivessem assinado o Protocolo de Quioto o objectivo a atingir seria diminuir a temperatura média do planeta 0,02 ºC em 2100. Se eles assinassem. Ou seja, vem revelar o Protocolo e grande parte da cobertura dos media como manipulação; outro facto que ele também fala é da subtil diferença que existe em relação ao tratamento do fenómeno nos media em relação há alguns anos atrás: antes falava-se em aquecimento global, enquanto que hoje em dia fala-se em fenómenos causados pelo aquecimento global, aonde se pode encaixar quase tudo, desde furacões a secas, passando pelo granizo) Porém, o problema aqui está no facto de como essa informação é apresentada: é de uma forma chata. Nos outros livros a informação flui facilmente e mantêm o leitor do livro agarrado, mas desta feita tudo é enfadonho… parece um artigo científico normal, com notas de rodapé inclusas… O ponto alto surge quando a personagem Kenner entra em cena, e o autor a põe a discutir com outras personagens, mas mesmo assim está longe dos momentos de glória de outrora.

 

            Veredicto final: se o leitor procura um livro de acção, um thriller, para se entreter, este não será provavelmente o livro que procura. Se o leitor procura um livro que fale especificamente sobre o aquecimento global, com um pouco de acção pelo meio, então dê uma oportunidade a este “Estado de Pânico”. Mais não seja para conhecer a outra face da moeda.

 

            Para terminar, uma pequena ressalva: talvez esta crítica tenha sido um pouco tendenciosa no que se refere ao aquecimento global, mas admito desde já que o meu diminuto conhecimento se limita ao senso comum e ao que li no livro. Falta-me portanto conhecer ainda a outra face da moeda.

 

Elegantemente garatujado por One às 14:21
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Sábado, 19 de Agosto de 2006

"Um Gladiador só morre uma vez" de Steven Saylor

Egrégio leitor, estamos perante mais um livro da série Roma sub-rosa que, tal como o volume “A casa das vestais”, reúne diversos contos da carreira de Gordiano, o descobridor; portanto, abrange diversos pontos da sua cronologia, não sendo o seguimento do último volume publicado , “A sentença de César”.
 
Os diversos contos funcionam como pequenos rebuçados oferecidos aos seguidores da série, pois ainda estão um bocado distantes em termos da qualidade de que os restantes volumes oferecem; isto falando em termos de riqueza de intriga, já que aquilo que penso que nos cativa mais fortemente é a forma extremamente realista com que a sociedade romana é retratada... a sensação que perpassa é, numa comparação um tanto ou quanto rude, a mesma que pessoalmente sinto ao jogar Empire Earth, construir uma civilização, e depois fazer zoom in sobre um determinado habitante e seguir o seu dia a dia – uma coisa é ver as coisas de cima, conforme os livros de História nos apresentam, e outra é ver as coisas da perspectiva de um habitante de Roma, algo que Steven Saylor consegue mais uma vez fazer com enorme mestria.
 
Pessoalmente, o meu conto favorito é o último. Porém, olhando o livro e toda a série Roma sub-rosa de uma perspectiva geral, considero que este livro é realmente um presente para os seguidores, sendo que aconselho os desconhecedores a começarem por outro livro, de preferência lendo a série por ordem cronológica.
Elegantemente garatujado por One às 23:06
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Quarta-feira, 2 de Agosto de 2006

As Fabulosas Aventuras de Salomão Kane

Excelso leitor, este é um livro muito muito particular. Basta pegar nele e folhear algumas páginas para isso saltar à vista: o tipo de letra em que foi imprimido, as pequenas ilustrações que pululam pelas suas páginas, como se fossem simples esboços, ou apenas manchas...
 
Mas mais importante do que o aspecto exterior, é o que está por dentro que importa. É uma valiosa lição, que além de se aplicar à Vida, também podemos extrapolar para os livros: este livro foi uma agradável surpresa pessoal! Sejamos claros, não afirmarei que seja uma obra-prima, como opinei recentemente em relação ao livro “O Padrinho”, mas para mim, face aos meus gostos pessoais, este livro proporcionou-me muitos bons momentos de leitura.
 
Dividindo-se em vários contos de tamanho variável, o livro segue as aventuras de Salomão Kane, um homem que tem como missão de vida (a sua “Lenda Pessoal”, digamos assim) exterminar o mal em todas as suas formas. Bem, no caso dele dedica-se mais às formas sobrenaturais. Com ele enfrentamos fantasmas, esqueletos, civilizações esquecidas e mais algumas ameaças que não vou revelar porque adorei a forma como fui surpreendido. Mas enfim, se quiser realmente saber basta seleccionar com o rato o texto a seguir: são as hárpias, que foram exiladas para África por Jasão!
 
Em todo o livro há contudo um aspecto, que não sendo propriamente negativo, é um bocado aborrecido: em todos os contos é repetida a descrição de Kane, e em todos eles, Kane (que é um homem que “não conhece o medo” como diversas vezes é afirmado) enfrenta o maior medo da sua vida. É um bocado repetitivo nesse aspecto, era escusado .
 
Gostei particularmente da linguagem rebuscada e arcaica em que o livro está escrito, pois dá a sensação de se encaixar bem com a épocas (século XVI) em que a acção decorre.
 
Apenas mais um apontamento pessoal: a Rainha Nagari que Kane enfrenta fez-me lembrar muito She, Rainha de Kôr, do livro homónimo de H. Rider Haggard. 
Elegantemente garatujado por One às 00:15
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Segunda-feira, 31 de Julho de 2006

"O Padrinho" de Mario Puzo

Quando vi este livro na prateleira da livraria fiquei bastante surpreendido; já há algum tempo que acalentava a esperança de ler a obra prima de Mario Puzo, mas desconhecia que ela estivesse editada em Portugal, pois quando há alguns meses surgiu nos escaparates o “O Padrinho – O Regresso”, que é a sequela por assim dizer, nada apontava para a existência de uma tradução (o que, descobri agora, se deve provavelmente ao facto de os livros terem sido editados por editoras diferentes).
 
Coloquei-o orgulhosamente na estante, lado a lado com a sua sequela. Porém, na hora de escolher os livros de levar para férias, fiquei um bocado hesitante, pois talvez fosse um bocado pesado arrancar logo com dois livros enormes (que são, não vale a pena negar) focados no mesmo tema: e se fossem ambos uma desilusão?! De qualquer modo, sou um homem de coragem, e decidi arriscar!
 
E que agradável surpresa foi, inpusilânime leitor! O enredo, embora já seja sobejamente conhecido (o filme acompanha claramente a história do livro) está, arrisco dizer, melhor explicitado do que no filme, sendo apresentada ao leitor de uma forma eficaz toda a teia de ligações que se estabelecem. Existem personagens que recebem mais atenção (como o cantor Fountaine ou a amante do Sonny) e surge também a parte da juventude de Don Vito Corleone (que foi retratada na tela no segundo filme da saga), o que enriquece ainda mais o livro.
 
Mas, penso que o aspecto que efectivamente me cativou foi a forma soberba como livro e filme se combinam: lê-se o livro e a forma como as personagens são retratadas no filme encaixa-se exactamente como o que é descrito no livro. E não, não me estou apenas a referir à mais do que magnífica interpretação de Marlon Brando! Todas, sem excepção reflectem o que Mario Puzo tinha em mente. Se a isso juntarmos como música de fundo a magnífica banda sonora, temos então uma obra prima dual, que rompe a fronteira da literatura para invadir com sucesso os domínios do cinema!
 
Conclusão suprema? Este é realmente um livro clássico. Nada há a temer ao lê-lo: personagens fortes, trama bem estudada, ausência de partes relativamente aborrecidas. Obrigatório.
Elegantemente garatujado por One às 23:48
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Quarta-feira, 21 de Junho de 2006

WE3 - ArNIMAIS

Egrégio leitor, WE3 pertence aquela categoria de coisas que não se explica: simplesmente gosta-se desde o primeiro olhar, sem ser necessário nenhuma explicação. Foi assim comigo.
 
Talvez seja da capa, que é maravilhosa. Ou talvez de ter protagonistas os chamados animais de estimação. Não sei; tudo o que sei é que desde o primeiríssimo momento que vi esta BD na livraria fiquei imediatamente fascinado.
 
A história gira em torno de Bandido (#1 - cãozinho) , Tinker (#2 - gatinho) e Pirata (#3 – coelhinho), que são animais sujeitos a experiências militares, que os transformou em biorgs… animais com tecnologia. Surpreendentemente, os animais escapam-se e o que se segue é a história da sua captura e final comovente…
 
Os desenhos conseguem ser bastantes ternurentos numa página e brutalmente violentos na seguinte. Regra geral, costumo ter uma opinião desfavorável contra a violência, seja no cinema seja nos livros, mas acho que neste caso a violência que perpassa na arte de Frank Quitely é não só uma mais valia, como também necessária à obra: permite estabelecer o antagonismo entre a simplicidade e inocência inerente aos animais de estimação, e a brutalidade e selvajaria de que o ser humano é capaz de realizar.
 
A história é linear, nada de surpresas, mas consegue ser comovente, encaixando-se perfeitamente com os desenhos que a ilustram. A forma como os WE3 agem, obedecendo inocentemente aos seus instintos contrapõem-se na perfeição à crueldade humana (vide o exemplo da cena logo no princípio em que um dos ratos é comandado para atacar o outro…).
 
Concluindo, WE3 é uma magnífica ode aos eternos melhores amigos do homem que são os animais de estimação, que se traduz numa obra fascinante, a ler por todas as pessoas. No fundo, o único aspecto que pode funcionar como “senão” é a violência gráfica, mas como já referi é um mal necessário para a história.
Elegantemente garatujado por One às 18:11
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Sábado, 20 de Maio de 2006

O derradeiro guia de como escrever um best-seller

Um pequeno post-pérola que encontrei aqui:

http://listening2dragons.blogspot.com/2006/01/como-escrever-um-best-seller.html

Vale a pena ler, para comemor a chegada ao grande ecrã do Código Da Vinci

Elegantemente garatujado por One às 14:14
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Domingo, 14 de Maio de 2006

Marvel 1602

 

Nunca li um livro de Neil Gaiman; por conseguinte, não sabia bem o que esperar deste 1602. Tudo o que podia conjecturar (conjectura reforçada por um breve folhear de páginas) é que iria gostar da arte, se se mantivesse na linha do Origem de Wolverine.
 
E, mesmo agora, após ter lido o livro e ter reservado alguns dias para uma apurada reflexão, continuo sem saber bem o que pensar do livro… Mas, antes de passar a disparar argutas opiniões, deixe-me alertá-lo caro leitor, a evitar ler a secção seguinte, pois está a abarrotar com SPOILERS, que neste livro, em boa verdade lhe digo, lhe irão tirar o derradeiro prazer de o ler…
 
 
SPOILERS SPOILERS SPOILERS
 
Pois é, continuo sem saber o que pensar do livro… a arte, como já referi, está irrepreensível. Porém, a história…
 
Num aspecto, adorei a forma como as personagens foram encaixadas na época… especialmente como a Inquisição surge na trama, embora por outro lado a escola dos X-Men já não seja tão credível. Acho também digno de nota os twists que deu, especialmente o último, do Cap…
 
Mas, por outro lado… a história estava a fluir tão bem, o livro estava realmente a transportar-me para a época, estava imerso… quando começa a descambar… pessoalmente, preferia que tivesse desfechado num universo alternativo, em que simplesmente as personagens assim surgissem, do que todo o trama de viagens no tempo, da entrada em cena do Observador, etc… Não me interprete mal, reverenciado leitor, acho que todos esses aspectos foram bem introduzidos no enredo, mas… preferia que não tivessem sido introduzidos. Preferia que a história continuasse no espírito da época, e não oferecesse uma explicação científica e detalhada, mas sim que se mantivesse no espírito enigmático e nebuloso característico…
 
FIM DE SPOILERS    FIM DE SPOILERS    FIM DE SPOILERS
 
 
Conclusão ? Considero que este livro realmente nos transporta para 1602, tanto ao nível de arte como a nível de história (vide por exemplo o pormenor do aço de Toledo, e apercebei-vos até que ponto a pesquisa foi efectuada), mas tem alguns aspectos que poderão proporcionar uma experiência não tão boa como se desejaria. Mas, continua a valer a pena lê-lo!
Elegantemente garatujado por One às 23:58
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Terça-feira, 9 de Maio de 2006

Fantastic Four #1 Cover

Eis um peculiar facto que apenas hoje tomei conhecimento... saberia por ventura o excelso leitor que a capa do primeiro número dos Fantastic Four (que, para comodidade do leitor tomei a liberdade de colocar de seguida) é a capa de um comic que mais vezes foi parodiada na história?

E de entre as várias paródias, não posso deixar de destacar esta...

A wikipedia é realmente a derradeira fonte de conhecimento...

Elegantemente garatujado por One às 19:06
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Segunda-feira, 8 de Maio de 2006

Agatha Christie – O assassinato de Roger Ackroyd

           Por sugestão do Desperdiçar Tempo (http://www.desperdicartempo.blogspot.com) decidi (re)ler este livro do detective de cabeça em forma de ovo… e o que de mais importante tenho a dizer é que a idade já começa a pesar… então não é que já tinha lido este livro e não me lembrava? Quer dizer, sendo um livro da Agatha Christie é natural que não me lembre do título de todos os livros que li (são tantos livros dela…; além disso não li todos os que tenho dela, por isso é natural que pelo título não identifique logo se já o li ou não), mas a questão é que estava a ler o livro, e estava apenas desconfiado de que já o tinha lido, pois ia deparando sempre com cenas que me pareciam familiares… só mais ou menos no último quarto do livro é que dissipei todas as dúvidas e fiquei com a certeza absoluta de que já o tinha lido… Ele há coisas que realmente…
            Quanto ao livro em si, demarca-se dos restantes de Poirot por um curioso aspecto: Poirot não beneficia da companhia do seu bom Hastings, o que terá sérias consequências…
            Embora o final do livro seja diferente dos restantes, não é uma surpresa completamente inesperada, pois foram várias as pistas que a escritora deixou ao longo do trama; de qualquer modo, final surpreendente é o Expresso do Oriente, e este final ainda fica a milhas…
           No geral, embora por alguns aspectos se afirme como um livro único na galeria de Hercule Poirot, no panorama mais global este é apenas mais um livro de detectives, que não marca por aí além (e eu que, infelizmente, o diga…)
Elegantemente garatujado por One às 15:11
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Segunda-feira, 24 de Abril de 2006

Dan Brown - Fortaleza Digital

E eis que chega aos escaparates das livrarias portuguesas o primeiro livro que Dan Brown escreveu, no já longínquo ano de 1998…
 
E qual é a minha acutilante crítica deste livro?
 
Bem, sejamos honestos: o Código Da Vinci surpreendeu, o Anjos e Demónios veio do mesmo molde, e a Conspiração idem idem aspas aspas. Já todos sabemos que as personagens praticamente passam de uns livros para os outros, só mudando o nome, a ocupação, os hobbies, et cetera… Mas a verdade é que, apesar de lendo um os restantes se tornarem bastante previsíveis, os livros são deixam de ser uma óptima peça de entretenimento e uma forma de cultivar a cultura geral (que bela construção frásica… cultivar a cultura); capítulos curtos, acção e suspense non stop, informação interessante apresentada de uma forma cativante, pequenos pormenores do mundo que nos rodeia que parece sempre bem conhecer para impressionar o próximo.
 
Posto esta brevíssima introdução, passemos inestimável leitor à crítica do livro propriamente dito…
 
Na mesma linha da Conspiração, este Fortaleza Digital leva-nos numa aventura tecnológica, num passeio pelos recantos mais íntimos da NSA. Para começar, não tem a nota inicial que diz que todos os dados apresentados no livro são verdadeiros…
 
Depois, bem, a informação, a cultura, os conhecimentos que o livro transmite são sem dúvida interessantes, mas são num flagrante menor número que nos outros três livros previamente publicados… alguns dados sobre a NSA, algumas dicas sobre criptografia e Sevilha, e zás, acabou-se…
 
Por outro lado, também ao contrário dos livros restantes (que possuíam uma personagem principal auxiliado por outra personagem) este desenvolve em paralelo a história simultânea de duas personagens (namorados, por sinal), o que se traduz como uma mais-valia.
 
E, falando em mais-valias, a melhor de todas é que este livro não se encaixa de todo no molde dos outros três… No Código Da Vinci o twist apanhou-me um pouco desprevenido, no Anjos e Demónios já estava completamente à espera, e na Conspiração nem se fala… Mas neste, embora seja parecido, o lugar das personagens já não está tão bem definido… confesso que ainda andei um bocado à nora, mas enfim, no fim tudo acabou por se encaixar.
 
Falando em fim, claro que este apresenta algumas peculiaridades, mas nada de marcante. Aliás, a dada altura chega a ser exasperante, apetece mesmo dizer aqueles idiotas o que têm que fazer, de tão óbvio que é… o Dan Brown falhou um bocado aqui, esticou demasiado o tempo que demoraram a lidar com aquele enigma em particular.
 
Continuando, foi engraçado encontrar uma personagem portuguesa. Mas, e a forma como Espanha é retratada? Como, por exemplo, os seus serviços de saúde são retratados? Que diabo, e eu que considerava uma pessoa culta, e viajada, que conhece o mundo à volta, e não fazia ideia que Espanha era assim tão atrasada… Creio que o Dan Brown abusou aqui um bocado na descrição de nuestros hermanos
 
Conclusão? O livro apresenta uma história diferente dos anteriores, que acaba por ser uma mais valia para o insaciável leitor, já que poderá ser ligeiramente surpreendido em algumas reviravoltas. Porém, por outro lado, a temática sobre a qual assenta não é (pelo menos na minha opinião) tão interessante como as dos livros anteriores.
 
Uma nota final: a citação que o livro ostenta na capa: “Quem guardará os guardas”, das Sátiras de Juvenal. Em latim, Quis custodiet ipsos custodes (sim, traduzi a frase para latim assim que a li na capa do livro… é um velho hábito meu, ler as frases das capas dos livros e traduzi-las para latim… acho que lhes confere um certo encanto). Ou, no bom velho inglês, Who will watch the watchmen, que acho que confere um sentido mais correcto à frase. Foi o mote de Alan Moore (o prolíficoautor da BD do V for Vendetta e da Liga dos Cavalheiros Extraordinários) para a obra de BD Watchmen, BD essa que reabilitou o mercado de BDs de superheróis para adultos.
 
Mas, não nos dispersemos, perdido leitor. Onde queria chegar é que penso que a forma como a frase está escrita atribui-lhe outro sentido, nomeadamente no sentido de proteger fisicamente os guardas, e não no sentido de controlar, ter debaixo de olho, de vigiar a ética e a moral dos guardas que tomam conta de nós…
Elegantemente garatujado por One às 10:16
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